A Questão Social

A Questão Social

Serviço Social - O que é?

É uma profissão de cárater sócio-politico, crítico interventivo que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da "questão social", isto é no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Inserido nas mais diversas áreas (saúde, habitação, lazer, assitência, justiça, previdência, educação, etc) com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o Assistente Social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho sócio-educativo ou socializadora e de prestação de serviços.

O Assistente Social está capacitado, sob o ponto de vista teórico, político e técnico, a investigar, formular, gerir, executar, avaliar e monitorar políticas sociais, programas e projetos nas áreas de saúde, educação, assistência e previdência social, empresas, habitação, etc. Realiza consultorias, assessorias, capacitação, treinamento e gerenciamento de recursos; favorece o acesso da população usuária aos direitos sociais; e trabalha em instituições públicas, privadas, em organizações não governamentais e junto aos movimentos populares.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Movimento de Reconceituação

SUMÁRIO

1 O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO...............................................................3

2 O SEMINÁRIO DO MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO...................................4

3 A TEORIA DO SERVIÇO SOCIAL...........................................................................5

3.1 O positivismo........................................................................................................5

3.2 A Fenomenologia.................................................................................................6

3.3 A Dialética.............................................................................................................6

BIBLIOGRAFIA................................................................................................7


RESUMO: O presente trabalho tem o objetivo de analisar a importância do movimento de reconceituação para o Serviço Social brasileiro e seus desdobramentos na construção da identidade profissional. Para isso imprescindível a reflexão dos documentos advindos deste movimento e das influências do positivismo, da fenomenologia e da dialética neste processo.

PALAVRAS CHAVE: Movimento de reconceituação, documentos e influências filosóficas.

ABSTRACT: The present work aims to analyze the importance of movement for the reconceptualization Brazilian Social Service and its developments in the construction of professional identity. For this essential reflection of the documents arising from this movement and the influences of positivism, phenomenology and dialectics in this process.

KEYWORDS: Reconceptualization movement, documents and philosophical
influences.












1        O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

Por volta da metade do século XX o Serviço Social brasileiro embora estivesse vivendo um processo de rompimento com a concepção filantrópica oriunda da tradição católica se via agora calcado no funcionalismo norte-americano.
O fato é que a profissão, tanto em seus primórdios, como nas décadas posteriores estava atrelada aos interesses da classe hegemônica da nação nos diferentes estágios do sistema capitalista em seu desenvolvimento nacional.
Tanto pela influência eclesiológica (onde a igreja pretendia resgatar seu poder e reconquistar privilégios na sociedade), como pela influência do Estado (no período onde cessa a chamada república café-com-leite e, inicia a era Vargas com o processo de industrialização no país) ficava evidente que era atribuído ao Assistente Social um perfil de repressão no lidar dos problemas do operariado a fim de manter a ordem social e distanciá-lo de qualquer contato com a ideologia socialista.
Fato este que se consolidou ainda mais com a adoção do positivismo mencionado no início deste trabalho.
Neste momento havia um profundo interesse dos Estados Unidos em relação aos países da América Latina chegando a oferecer bolsas de estudos aos assistentes sociais brasileiros.
Com isto o assistente social desempenhava um papel de ajustamento do indivíduo ao seu meio social, sustentado por uma visão terapêutica.
Soma-se a isto a ênfase política de aceleração econômica incentivada pela industrialização e modernização capitaneada pelos EUA que tinha como estratégia o desenvolvimento da comunidade a fim de garantir prosperidade, o progresso social e a hegemonia americana.
Portanto podemos concluir que o Serviço Social brasileiro em suas primeiras décadas estava marcado por um vazio no que diz respeito a sua identidade profissional.
Este fato começa a mudar justamente quando o profissional do Serviço Social passa a se identificar mais com a classe dominada.
Tal mudança vem da busca por uma reconceituação do Serviço Social a realidade Latino-americana advindo de encontros sistemáticos promovidos pelos profissionais deste mesmo solo.
Este movimento de reconceituação aproximou-se justamente da teoria tão resistida pela classe dominante: a marxista. Fator que veio dar início ao processo de ruptura com o tradicionalismo profissional, mesmo levando em consideração os vários equívocos e entraves desta nova leitura da profissão.
Este novo tempo abre as portas para a discussão e reflexão originando uma série de documentos que abordaremos a seguir.
Diante da crise global, o serviço social passava por uma profunda decadência macroscópica. A partir daí, surge o início de discussão renovação do serviço social no Brasil, onde a autocracia burguesa estava se organizando, para manter suas práticas dominantes de hegemonia e a partir de então, abriu-se espaço para que os profissionais da área pudessem discutir as novas formas de atuação, num debate crítico para a sua formação profissional.
Com a crise do sistema da ditadura, houve um aumento exorbitante das demandas, sendo necessário por parte do Estado a contratação de novos profissionais para a devida mediação dos conflitos. Neste momento houve um amadurecimento dos profissionais, onde os mesmo já procuravam trabalhar em equipes multidisciplinares.
Com o afastamento da igreja católica, a forma tradicional endogenista de atuação foi se enfraquecendo, criando um fator favorável para que a renovação do serviço social através dos documentos de teorização ganhasse força.

2 O SEMINÁRIO DO MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

O documento de Araxá foi o princípio de discussão teórica, embasado na corrente positivista. Dentro da perspectiva da globalidade, o documento de Araxá se apresenta em dois níveis: micro atuação – essencialmente operacional e a macro atuação – política e planejamento para o desenvolvimento.
O documento de Teresópolis alinhava o serviço social ás demandas da ditadura. Tinha uma linha de pensamento voltada ao projeto autocrático burguês e suas instituições. Cada grupo tem uma função e a função é uma ordem natural, dentro do referencial funcionalista-estruturalista.
O documento de Sumaré foi o auge da crise do modelo positivista na América Latina. Teorias abordadas: cientificismo, fenomenologia e dialética. Foi uma proposta de ajuda psicossocial, onde a ditadura começa a se enfraquecer. Surge neste período a Psicologia Social. O esforço pela validação da profissão teve uma abrangência muito significativa nas discussões.
Dos resultados dos documentos de Sumaré e Alto da Boa Vista, fica claramente evidenciado que o processo de renovação profissional já transitava por outras vias e envolvia outros protagonistas.
A partir das idéias abordadas nos documentos citados acima, ocorreu outra perspectiva no processo de renovação do serviço social que é a reatualização do conservadorismo.

3 AS TEORIAS DO SERVIÇO SOCIAL

3.1 O positivismo

O positivismo é uma corrente filosófica que preconiza o entendimento da sociedade humana baseando-se nas leis naturais, foi fundado por Augusto Comte (1798-1857), na primeira metade do século XIX, o positivismo é pautado pelo conceito do “devir”, ou seja, o conceito de vir- a – ser e baseando-se nisso tende a crer insistentemente no progresso.
.Dentro do Serviço Social foi o positivismo que, primeiro orientou as propostas brasileiras de trabalho e, diante de uma legitimação do profissional o positivismo proporcionou uma perspectiva de ampliar referenciais técnicos.

3.2 A Fenomenologia

A Fenomenologia é uma corrente de pensamento que tem como característica o estudo dos fenômenos, porém Husserl considera que a Fenomenologia não é destinada a explicação dos fenômenos, mas sim expressar uma intencionalidade. Nessa teoria a consciência estaria voltada como intencional para a observação do mundo.
No Serviço Social a Fenomenologia tem uma importância voltada para o entendimento do sujeito e suas vivências e coloca como uma meta para o Serviço Social auxiliar o usuário no entendimento do seu próprio “eu” e dos sujeitos no mundo ao seu redor.
Netto (1994: 201 e ss) analisa que, o conceito de Fenomenologia é uma forma de reatualização da questão conservadora que permeava o início da profissionalização do Serviço Social.

3.3 A Dialética

A dialética é um conceito muito antigo em Filosofia, que pode ser encontrada desde os Pré-Socráticos, significando principalmente o embate de forças contrárias gerando sempre uma síntese e dessa síntese o ciclo recomeça novamente com uma nova tese.
Um dado importante acerca da Dialética do materialismo é que essa concepção considera a matéria como única verdade e nega veementemente pressupostos caros as autoridades religiosas.
No Brasil a teoria marxista que foi utilizada dentro do Serviço Social se caracterizou por uma abordagem reducionista e de uma utilização de um “marxismo de manual” por influencia de um formalismo metodológico e por um cientificismo principalmente influenciado por Louis Althusser, filósofo francês.
Diante desses pressupostos metodológicos é imprescindível que mesmo que tenhamos como tradição no Serviço Social a teorização marxista, temos que valorizar os diálogos com as outras teorias para que possamos ter referências para podermos solucionar a problemática da questão social.

BIBLIOGRAFIA:

Netto, José Paulo. Ditadura e Serviço Social. São Paulo, Cortez, 1994

E – REFERENCIAS:




terça-feira, 2 de agosto de 2011

Desafios para universalizar a assistência social

Por Raquel Júnia
Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), Fiocruz
Postado por Levi Tavares
 
 Censo revela que número de centros de assistência social aumentou nos últimos três anos, mas ainda é preciso qualificar o atendimento e garantir o funcionamento do controle social
 
Assim como o Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema Único de Assistência Social (Suas) também já virou lei. Agora, o desafio é fazer com que todas as pessoas sejam atendidas com qualidade. Na semana passada, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS) divulgou o censo Suas 2010, que mostra, por exemplo, que houve um aumento de 77% no número de Centros de Referência de Assistência Social (Cras) nos municípios com até 20 mil habitantes. No entanto, ainda há 15% dos municípios sem esses espaços, que, junto com os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) são os principais locais de atendimento em assistência social. Os dados revelam ainda que há outros grandes desafios, como fortalecer os conselhos, que são responsáveis por fiscalizar o bom andamento do Suas, e garantir a realização de concursos públicos para os trabalhadores.
De acordo com o censo, os serviços de assistência social cresceram mais nas cidades pequenas, enquanto nas metrópoles houve um incremento de 33% no número de Cras. Os Creas tiveram um aumento médio de 33%, entretanto, com forte desigualdade entre os estados. Nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, que concentram o maior número de cidades, 80% dos municípios ainda não possuem o serviço. Já em outros 14 estados, os Creas estão presentes em cerca de 30% dos municípios.
Para o presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (Cnas), Carlos Eduardo Ferrari, houve um esforço inicial de expandir o Suas e é necessário agora melhorar o atendimento. "O primeiro passo que o sistema único deu foi ganhar capilaridade. Agora, é urgente qualificar a rede, não dá mais para adiar esse processo, até porque as expectativas dos usuários da política são muito grandes", opina. A secretária nacional de assistência social, Denise Colin, afirma que os dados do censo são importantes para guiar os próximos passos da política de assistência. Ela explica quais são as prioridades a partir dos novos indicadores. "A política de assistência social terá que atingir a universalidade na totalidade dos municípios em relação à proteção social básica. Na proteção social especial, atender também aquelas regiões que tem reincidência na violação de direitos e depois dar conta da cobertura, que é atingir a proporção mais adequada entre a demanda e a oferta dos serviços. Além disso, capacitar continuamente as equipes para atuarem e poderem adotar sistemas informatizados homogêneos e metodologias de acompanhamento para essas famílias".
Reportagem realizada pela EPSJV/Fiocruz em junho ouviu assistentes sociais que afirmaram que a qualidade dos serviços em assistência social não acompanha muitas vezes a expansão da rede. Há casos de Cras e Creas nos quais os pacientes não são atendidos em condições adequadas, como um ambiente que proporciona o sigilo, por exemplo, e inclusive, unidades que não dispõem sequer de telefone. Carlos Ferrari diz que de fato há muitos problemas estruturais na rede de atendimento do Suas. O presidente do Cnas cita, entre as melhorias necessárias, a adequação dos espaços de atendimento de forma que sejam acessíveis a todas as pessoas. Ele aposta que essas melhorias vêm acontecendo à medida que os gestores municipais e estaduais também entendem a importância do sistema. "À medida que o gestor passa a se apropriar mais do sistema, também ele está mais habilitado para fazer essa qualificação e se utilizar melhor dos recursos dentro desse modelo descentralizado e participativo que é o Suas. Precisamos avançar no entendimento do papel dos estados, com os municípios entendendo que a gestão exige compreensão técnica, e não simplesmente uma apropriação política", pontua. Carlos afirma que tem sido exitosa a luta contra a percepção vigente até pouco tempo da assistência social como objeto de caridade das primeiras damas e não como uma política pública. "O primeiro damismo acabou dando essa faceta perversa para a assistência social durante décadas e temos vencido isso de forma muito significativa também".
Trabalhadores
Segundo Carlos Ferrari, outro desafio é garantir a realização de mais concursos públicos para admitir trabalhadores no Suas, já que há muitos profissionais contratados de forma precária. Segundo o censo, dos 220 mil trabalhadores da assistência social, 107 mil (49%) são comissionados ou possuem "outros vínculos de trabalhos". Entre os 113 mil (51%) restantes, 85 mil (35%) são estatutários (concursados) e 28 mil (13%) são celetistas (contratos via CLT). "O ideal é avançarmos na abertura de concursos públicos, na constituição de vínculos empregatícios que garantam estabilidade, porque a principal tecnologia do Suas são os trabalhadores. Se não há vínculos profissionais qualitativos, que garantam a permanência desses trabalhadores acontece sempre muita alternância e, logo, a qualidade da oferta de serviço fica muito comprometida".
Denise Colin e Carlos Ferrari concordam que, com a criação da lei do Suas, ficará mais fácil realizar concursos públicos, já que os municípios também poderão utilizar o fundo municipal para pagamento de mão de obra. "Entretanto, isso passa também por uma leitura do município da importância da política de assistência social", ressalta Carlos.
Controle social
Os conselhos de assistência social, tanto nos municípios, quanto nos estados e na esfera federal, devem cumprir o papel de acompanhar, fiscalizar e exigir o bom funcionamento do SUAS. No entanto, pelos dados do censo, os conselhos ainda encontram muitas dificuldades de funcionamento, como a não nomeação formal de um secretário executivo e a falta de funcionários para a realização de atividades administrativas. Pelo censo, 24% dos conselhos dos municípios com até cem mil habitantes não possuem sequer um funcionário, e em municípios de grande porte, com população entre cem e 90 mil habitantes, mais da metade dos conselhos tem um ou nenhum funcionário. A situação de falta de estrutura se reflete também na efetividade dos conselhos. Os dados mostram que apenas 10% dos conselhos municipais recebem denuncias e apenas 24% promovem ações de mobilização social. "O sistema único foi concebido e pensado a partir de três perspectivas: a gestão, a oferta dos serviços através dos equipamentos estatais e não estatais, e o controle social. Não existe o sistema se não tiver o conselho para fazer o acompanhamento e aprovação das contas, a deliberação dos rumos da política. Logo, ele é parte estruturante. O Censo mostra que em praticamente 100% dos municípios há conselhos, mas ter não é o mesmo que funcionar de fato, e se lermos o censo mais a fundo, veremos que há muita debilidade ainda", analisa Carlos Ferrari.
Apesar de reconhecer os avanços já alcançados, o conselheiro enumera que ainda há outros problemas nos conselhos, como o desequilíbrio entre o número de representantes do governo e da sociedade civil e também entre os seguimentos que compõem a sociedade civil - usuários, trabalhadores e entidades. Carlos considera fundamental que haja modificações nas leis de criação dos conselhos. "Ainda há leis que não asseguram a paridade, garantem cadeira cativa para segmentos específicos da comunidade local, e isso acaba impedindo a alternância. Ainda há inclusive leis que impedem a participação desses três segmentos da sociedade civil de forma equilibrada - trabalhadores, usuários e entidades", destaca.
Recursos
Dentro da Lei Orçamentária Anual prevista para 2011, a assistência social ficará com apenas 2,13% do orçamento. Desse montante, o Cnas explica que mais de 90% é destinado a pagamento de benefícios, portanto, o que sobra para os serviços de assistência, basicamente os prestados nos Cras e Creas é pouco. Além desse problema, os dados do censo revelam ainda que muitos municípios (10,8%) não possuem fundos de assistência social que se configuram como unidades orçamentárias. A maior parte deles está na região norte, cujo percentual de municípios nessa situação atinge 23%. Isso dificulta que os municípios recebam recursos da União e dos estados, o que pode acarretar problemas na execução da política de assistência social. "Os municípios obrigatoriamente tem que ter fundos com recursos próprios e se constituírem como unidade orçamentária. Percebemos com o censo que nem todos os municípios fizearm isso, apesar de todos já terem criado os fundos e aportarem recursos próprios. Agora são necessários esses outros aprimoramentos", explica Denise.
Carlos complementa que para executarem a política de assistência social, os municípios precisam ter o que foi apelidado de CPF, que é o conselho, o plano municipal de ação e o fundo municipal. "O que acontece é que muitos municípios não criam o fundo como unidade orçamentária, com CNPJ próprio, coordenador de despesas, e criam os tais fundos de solidariedade, que são fundos não vinculados à política, que acabam não tendo a gestão alinhada com a política e isso cria uma grande confusão na operacionalização desses recursos", diz.
Outros dados do censo Suas 2010 mostram que apenas 11 estados possuem secretarias exclusivas de assistência social, enquanto 16 funcionam em conjunto ou subordinadas a outras políticas setoriais. Já entre os municípios, 72,6% têm secretarias de assistência social exclusivas. O cofinanciamento dos serviços de assistência social entre estados e municípios também ainda precisa caminhar. Na proteção básica, 21 estados já participam do financiamento, mas os serviços de proteção social especial de média e alta complexidade recebem recursos de apenas 12 e 16 estados, respectivamente. "A responsabilidade pública pela política de assistência social é recente. Embora ela esteja prevista na Constituição e tenha uma lei orgânica prevendo essa responsabilidade, foi com a implantação do Suas que isso ficou mais evidente. Agora, com essas atribuições mais próprias do poder público, os estados e municípios estão sentindo a necessidade de ter uma estrutura mais robusta e que requer uma atenção mais direta. A maioria dos municípios não tinha secretaria específica de assistência social e agora já tem", comenta Denise.
Para Carlos, os desafios da assistência social podem ser resumidos em três campos: a gestão, a oferta de serviços e o controle social. O conselheiro aposta da mobilização para garantir mais recursos para o SUAS. "Precisamos avançar nesses três aspectos considerando que o sistema único é jovem e que, obviamente, só vamos avançar nisso se tivermos orçamento. Então, é importante mobilização política nas três esferas de governo, para que as Leis Orçamentárias Anuais contemplem a assistência social atendendo as demandas da forma como a legislação prevê. Nós precisamos avançar muito no orçamento da oferta de serviços para que tenhamos uma rede de proteção social de fato, que traga as famílias para a centralidade e garanta o cumprimento de todas as demandas que identificamos no território".

Fonte: http://www.adital.com.br/

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Crise terminal do capitalismo?

Por Leonardo Boff
Teólogo, filósofo e escritor

Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adaptar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.

A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.

A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.

O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A consequência direta é o desemprego estrutural.

Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à prescindência. Na Espanha o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre os jovens. Em Portugal 12% no país e 30% entre os jovens. Isso significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia. Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para atender as demandas humanas, mas para pagar a dívida com bancos e com o sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais fonte de riqueza. É a máquina.

A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo está gerando. Antes se restringia aos países periféricos. Hoje é global e atingiu os países centrais. Não se pode resolver a questão econômica desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaças por novas avenidas de comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado submete os Estados aos seus interesses e o rentismo dos capitais especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem produzir absolutamente nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.

Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior competitividade, involuntariamente criou pessoas que pensam. Estas, lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.

As ruas de vários países europeus e árabes, os "indignados” que enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do capital. Os jovens espanhóis gritam: "não é crise, é ladroagem”. Os ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central Europeu, quer dizer, são os sumossacerdotes do capital globalizado e explorador.

Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da superexploracão de suas vidas e da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e penalizando a vida de seus filhos e filhas.

[Leonardo Boff é autor de Proteger a Terra-cuidar da vida: como evitar o fim do mund, Record 2010].

quinta-feira, 7 de julho de 2011

VIII Conferência Municipal



Conselho Municipal de Assistência Social organiza VIII Conferência Municipal
Inscrições acontecem de 1º a 31 de julho pelo Portal da Prefeitura www.ribeiraopreto.sp.gov.br

Nos dias 5 e 6 de agosto Ribeirão Preto vai sediar a VIII Conferência Municipal de Assistência Social. Promovido pelo CMAS (Conselho Municipal de Assistência Social), o evento, sediado no Colégio Metodista, na rua Florêncio de Abreu, nº 697, terá inicio às 19h30, do dia 5, e prossegue no dia 6, das 8h às 18h30. Este ano o tema em discussão é “Consolidar o SUAS e Valorizar seus Trabalhadores”. A estimativa é receber um público acima de 500 participantes.

As inscrições para o evento estarão abertas de 01/07 a 31/07 pelo Portal da Prefeitura de Ribeirão Preto – www.ribeiraopreto.sp.gov.br – com garantia de material.

Conferência – A Conferência Municipal de Assistência Social acontece a cada dois anos, no município, e tem como objetivo definir a linha de atuação da administração municipal para os próximos anos.

O tema deste ano “Consolidar o SUAS e valorizar seus trabalhadores”, frisa a importância de fortalecer as políticas sociais envolvendo os técnicos que prestam serviços na área de Assistência Social. “As políticas públicas estabelecidas permitem ao cidadão usufruir de mecanismos que venham contribuir para a qualidade dos serviços prestados à população”, afirmou a secretária de Assistência Social Maria Sodré.

Participarão da Conferência representantes das entidades e organizações não governamentais, associações de moradores, trabalhadores do setor, representantes governamentais e a população usuária da política de assistência social.
Mais Informações no Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) pelo fone (16) 3941-0119.