A Questão Social

A Questão Social

Serviço Social - O que é?

É uma profissão de cárater sócio-politico, crítico interventivo que se utiliza de instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise e intervenção nas diversas refrações da "questão social", isto é no conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho. Inserido nas mais diversas áreas (saúde, habitação, lazer, assitência, justiça, previdência, educação, etc) com papel de planejar, gerenciar, administrar, executar e assessorar políticas, programas e serviços sociais, o Assistente Social efetiva sua intervenção nas relações entre os homens no cotidiano da vida social, por meio de uma ação global de cunho sócio-educativo ou socializadora e de prestação de serviços.

O Assistente Social está capacitado, sob o ponto de vista teórico, político e técnico, a investigar, formular, gerir, executar, avaliar e monitorar políticas sociais, programas e projetos nas áreas de saúde, educação, assistência e previdência social, empresas, habitação, etc. Realiza consultorias, assessorias, capacitação, treinamento e gerenciamento de recursos; favorece o acesso da população usuária aos direitos sociais; e trabalha em instituições públicas, privadas, em organizações não governamentais e junto aos movimentos populares.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Movimento de Reconceituação

SUMÁRIO

1 O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO...............................................................3

2 O SEMINÁRIO DO MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO...................................4

3 A TEORIA DO SERVIÇO SOCIAL...........................................................................5

3.1 O positivismo........................................................................................................5

3.2 A Fenomenologia.................................................................................................6

3.3 A Dialética.............................................................................................................6

BIBLIOGRAFIA................................................................................................7


RESUMO: O presente trabalho tem o objetivo de analisar a importância do movimento de reconceituação para o Serviço Social brasileiro e seus desdobramentos na construção da identidade profissional. Para isso imprescindível a reflexão dos documentos advindos deste movimento e das influências do positivismo, da fenomenologia e da dialética neste processo.

PALAVRAS CHAVE: Movimento de reconceituação, documentos e influências filosóficas.

ABSTRACT: The present work aims to analyze the importance of movement for the reconceptualization Brazilian Social Service and its developments in the construction of professional identity. For this essential reflection of the documents arising from this movement and the influences of positivism, phenomenology and dialectics in this process.

KEYWORDS: Reconceptualization movement, documents and philosophical
influences.












1        O MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

Por volta da metade do século XX o Serviço Social brasileiro embora estivesse vivendo um processo de rompimento com a concepção filantrópica oriunda da tradição católica se via agora calcado no funcionalismo norte-americano.
O fato é que a profissão, tanto em seus primórdios, como nas décadas posteriores estava atrelada aos interesses da classe hegemônica da nação nos diferentes estágios do sistema capitalista em seu desenvolvimento nacional.
Tanto pela influência eclesiológica (onde a igreja pretendia resgatar seu poder e reconquistar privilégios na sociedade), como pela influência do Estado (no período onde cessa a chamada república café-com-leite e, inicia a era Vargas com o processo de industrialização no país) ficava evidente que era atribuído ao Assistente Social um perfil de repressão no lidar dos problemas do operariado a fim de manter a ordem social e distanciá-lo de qualquer contato com a ideologia socialista.
Fato este que se consolidou ainda mais com a adoção do positivismo mencionado no início deste trabalho.
Neste momento havia um profundo interesse dos Estados Unidos em relação aos países da América Latina chegando a oferecer bolsas de estudos aos assistentes sociais brasileiros.
Com isto o assistente social desempenhava um papel de ajustamento do indivíduo ao seu meio social, sustentado por uma visão terapêutica.
Soma-se a isto a ênfase política de aceleração econômica incentivada pela industrialização e modernização capitaneada pelos EUA que tinha como estratégia o desenvolvimento da comunidade a fim de garantir prosperidade, o progresso social e a hegemonia americana.
Portanto podemos concluir que o Serviço Social brasileiro em suas primeiras décadas estava marcado por um vazio no que diz respeito a sua identidade profissional.
Este fato começa a mudar justamente quando o profissional do Serviço Social passa a se identificar mais com a classe dominada.
Tal mudança vem da busca por uma reconceituação do Serviço Social a realidade Latino-americana advindo de encontros sistemáticos promovidos pelos profissionais deste mesmo solo.
Este movimento de reconceituação aproximou-se justamente da teoria tão resistida pela classe dominante: a marxista. Fator que veio dar início ao processo de ruptura com o tradicionalismo profissional, mesmo levando em consideração os vários equívocos e entraves desta nova leitura da profissão.
Este novo tempo abre as portas para a discussão e reflexão originando uma série de documentos que abordaremos a seguir.
Diante da crise global, o serviço social passava por uma profunda decadência macroscópica. A partir daí, surge o início de discussão renovação do serviço social no Brasil, onde a autocracia burguesa estava se organizando, para manter suas práticas dominantes de hegemonia e a partir de então, abriu-se espaço para que os profissionais da área pudessem discutir as novas formas de atuação, num debate crítico para a sua formação profissional.
Com a crise do sistema da ditadura, houve um aumento exorbitante das demandas, sendo necessário por parte do Estado a contratação de novos profissionais para a devida mediação dos conflitos. Neste momento houve um amadurecimento dos profissionais, onde os mesmo já procuravam trabalhar em equipes multidisciplinares.
Com o afastamento da igreja católica, a forma tradicional endogenista de atuação foi se enfraquecendo, criando um fator favorável para que a renovação do serviço social através dos documentos de teorização ganhasse força.

2 O SEMINÁRIO DO MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO

O documento de Araxá foi o princípio de discussão teórica, embasado na corrente positivista. Dentro da perspectiva da globalidade, o documento de Araxá se apresenta em dois níveis: micro atuação – essencialmente operacional e a macro atuação – política e planejamento para o desenvolvimento.
O documento de Teresópolis alinhava o serviço social ás demandas da ditadura. Tinha uma linha de pensamento voltada ao projeto autocrático burguês e suas instituições. Cada grupo tem uma função e a função é uma ordem natural, dentro do referencial funcionalista-estruturalista.
O documento de Sumaré foi o auge da crise do modelo positivista na América Latina. Teorias abordadas: cientificismo, fenomenologia e dialética. Foi uma proposta de ajuda psicossocial, onde a ditadura começa a se enfraquecer. Surge neste período a Psicologia Social. O esforço pela validação da profissão teve uma abrangência muito significativa nas discussões.
Dos resultados dos documentos de Sumaré e Alto da Boa Vista, fica claramente evidenciado que o processo de renovação profissional já transitava por outras vias e envolvia outros protagonistas.
A partir das idéias abordadas nos documentos citados acima, ocorreu outra perspectiva no processo de renovação do serviço social que é a reatualização do conservadorismo.

3 AS TEORIAS DO SERVIÇO SOCIAL

3.1 O positivismo

O positivismo é uma corrente filosófica que preconiza o entendimento da sociedade humana baseando-se nas leis naturais, foi fundado por Augusto Comte (1798-1857), na primeira metade do século XIX, o positivismo é pautado pelo conceito do “devir”, ou seja, o conceito de vir- a – ser e baseando-se nisso tende a crer insistentemente no progresso.
.Dentro do Serviço Social foi o positivismo que, primeiro orientou as propostas brasileiras de trabalho e, diante de uma legitimação do profissional o positivismo proporcionou uma perspectiva de ampliar referenciais técnicos.

3.2 A Fenomenologia

A Fenomenologia é uma corrente de pensamento que tem como característica o estudo dos fenômenos, porém Husserl considera que a Fenomenologia não é destinada a explicação dos fenômenos, mas sim expressar uma intencionalidade. Nessa teoria a consciência estaria voltada como intencional para a observação do mundo.
No Serviço Social a Fenomenologia tem uma importância voltada para o entendimento do sujeito e suas vivências e coloca como uma meta para o Serviço Social auxiliar o usuário no entendimento do seu próprio “eu” e dos sujeitos no mundo ao seu redor.
Netto (1994: 201 e ss) analisa que, o conceito de Fenomenologia é uma forma de reatualização da questão conservadora que permeava o início da profissionalização do Serviço Social.

3.3 A Dialética

A dialética é um conceito muito antigo em Filosofia, que pode ser encontrada desde os Pré-Socráticos, significando principalmente o embate de forças contrárias gerando sempre uma síntese e dessa síntese o ciclo recomeça novamente com uma nova tese.
Um dado importante acerca da Dialética do materialismo é que essa concepção considera a matéria como única verdade e nega veementemente pressupostos caros as autoridades religiosas.
No Brasil a teoria marxista que foi utilizada dentro do Serviço Social se caracterizou por uma abordagem reducionista e de uma utilização de um “marxismo de manual” por influencia de um formalismo metodológico e por um cientificismo principalmente influenciado por Louis Althusser, filósofo francês.
Diante desses pressupostos metodológicos é imprescindível que mesmo que tenhamos como tradição no Serviço Social a teorização marxista, temos que valorizar os diálogos com as outras teorias para que possamos ter referências para podermos solucionar a problemática da questão social.

BIBLIOGRAFIA:

Netto, José Paulo. Ditadura e Serviço Social. São Paulo, Cortez, 1994

E – REFERENCIAS: